La Valentona, una treta vulgar

Esta treta aparece en fuentes portuguesas, aunque hay algunas alusiones a ella en otros textos.
En español generalmente se usa como adjetivo para referirse a una mujer valiente o arrojada, o persona de vida airada y violenta. Aparece en algunas ocasiones como locución designando un estilo de vestir (a la valentona) o como sustantivo: perteneciente un grupo del hampa (La valentona)
En el portugues actual la locución á valentona quiere decir:  con brutalidad, con fuerza desmedida

Lições de Marte (f.111v)

este pois a que chamão atalho com a espada inferior fazem comumente desta sorte: tomão a espada por fora (sem se apartar da linha do diametro) com tenção barbara de ferir por sima della de estocada nos peitos com o que chamão valentona.

Manuscrito da espada (ed. Valle Ortiz, Puey) Santiago, 2013. p. 49, 60, 84

     A valentona de 2ª tenção (Ferida 24)

Atalharey a espada pella parte de dentro do contrario formando triangullo equilatre e se o inimigo me salir a ferir pella parte de fora, meterey a minha espada por sima da sua a vista muy rapida. E se o inimigo me tomar o reparo em movimento violento, ou em aspa, passarey a minha espada com estocada de punho de repiacabello¹ fazendo movimento de concluzão, e se elle não tomar o reparo, meterey o pee esquerdo, e sogeitandolhe a espada por fora farey movimento de concluzão.

1arrepia, horripila, levanta o cabelo.

    Ferida da valentona de 1ª tenção (Ferida 33)

Chegarey as medidas da espada, e meterey a espada pella parte de fora ao inimigo sugeitandolha com rigor, e se o inimigo me tomar o reparo com movimento violento passarey a minha espada com estocada de punho fazendo ao mismo tempo movimento de concluzão pella parte de fora, e se o inimigo me tomar o reparo em aspa farey o mesmo, e se metendolhe a espada pella parte de fora me tomar o reparo fazendo desvio, e dando passo estranho [195v] o ferirey em angullo recto na coletral direyta.

      (Ferida 51)

Ajustado observantissimamente com todos os documentos que estão dados tomarey a espada ao contrario pella parte de dentro obrigandoo a que venha ferirme pella parte de fora, no tempo que me faltar o ferirey em angullo¹ desarrimado da espada, ou o ferirey por sima da mesma espada com movimento da redução accidental; e quando não queira fazer nada disto entrarey pella valentona², ou por aspa e faltandome empenhado lhe meterey o triangullo fazendo movimento de concluzão ou lhe poderey dar o remeção.

1[margem] Esta ferida ha de ser em angullo recto.

2[margem] Treta falsa moderna

Quevedo Villegas, Francisco. Las tres musas ultimas castellanas, segunda cumbre del parnaso español. Madrid: I.Real, 1670. t.III, p.163

Las valentonas y destreza. Baile.

   Llamo uñas arriba

   a cuantos llamo, 

   y al recibo los hiero

   uñas abajo
Aunque no se describe la valentona en esta composición, se hacen alusiones a la destreza en varios lugares con el uso de términos equívocos:

Quevedo y Villegas, Francisco de
José Manuel Blecua, Castalia (Madrid), 1969 - 1971. p.III-189
Y porque no se entre
por la valentona
del amor ninguno
a la puerta cobra.
Se refiere a que la dueña del burdel cobra a la entrada para evitar que el cliente use una treta para no pagar.

Guzman de Alfarache [La carcel.] II-I-cap.7

     Eran marquesones, gentes de lo de Dios es Cristo, de entuvión y la valentona

antuvión: golpe anticipado (DRAE)

Mattos, Gregorio de. Fesceninas. Biblioteca Nacional Rio de Janeiro. Cod.50-4-1, f.97
As mulatas do amparo
   Mas Galú, eu que eu entendo,
   É valentona arrojada,
   Atirou-lhe uma punhada,
   De unhas abaixo correndo.

Conde de Villamediana (Juan de Tassis y Peralta
Poesías

José Francisco Ruiz Casanova, Cátedra (Madrid), 1990. p.1129
Teneos, conde de Chinchón,
no matéis al de Loriana,
que es mucho de vuestra hermana
y con mal de corazón.
Mirad, no deis empellón,
que os silbará el pueblo entero;
que vois no sois caballero
bueno para valentona.
¡Vita bona!